Cada começo de ano escolar é também tempo para que professores olhem para as práticas do ano anterior e repensem como podem melhorar, otimizar, enriquecer, surpreender. Ser professor traz consigo também a difícil missão de se manter, todo o tempo, relevante no universo de seus estudantes e no processo educacional. Na hora de repensar e planejar o que faremos nesta nova jornada, que tal conferir algumas dicas que podem transformar o tempo e o contato com seus alunos?
Desenvolver potencialidades criativas e focar-se em propostas para protagonismo do aluno, são objetivos que sempre inspiram a maioria dos docentes. Tornar a experiência de aprendizagem mais interessante é um trabalho árduo, mas intensamente recompensador.
Antes de tudo, 1) “identifique seu propósito”. A primeira coisa na hora de inovar é ter clareza de qual o objetivo a ser alcançado com determinado conteúdo em sala de aula. Depois, escolher ferramentas e atividades que tornem isto palpável para o aluno.
2) “Dedique forças nas interrelações e construa empatia”. Uma das grandes tarefas do docente é colocar-se no lugar do outro. Direcione forças para conhecer intimamente seus estudantes, seus interesses e necessidades, suas habilidades e dificuldades. Compreenda como eles aprendem melhor. Isto motivará sua prática e o esforço estudantil dele. Além disso, não rejeite as experiências pessoais e bagagens culturais da turma. Abra-se para ouvir “como” eles gostariam de aprender e o que os interessa em determinados temas.
3) Respeite as inteligências para otimizar o ambiente das classes
Todo docente compreende que alunos têm inteligências diferentes e, consequentemente, variadas formas de apreensão de conteúdo. Como valorizar cada uma destas peculiaridades? Lembre-se que o quesito “participação” não tem apenas um formato. Pode ser que alguns não se sintam confortáveis perguntando ou debatendo em público. Há ainda aqueles que expressam melhor a aprendizagem em textos ou outras formas físicas de manifestação. É preciso trabalhar diferentes técnicas para incluir os muitos tipos de personalidade. Desta forma, o docente conseguirá promover experiências mais significativas de aprendizagem, e que ao fim, permitem participação ativa de todos de acordo com suas habilidades.
4) Vida real e imaginação devem ter espaço
É importante pensar em formas de conectar a experiência prática do aluno na vida com os conhecimentos transmitidos. Contextualizar a informação. Mas no estímulo da criatividade também cabe o incentivo à imaginação e reflexão. Aliados, a experiência do aluno será altamente eficaz e gratificante.
Na hora de colocar em prática, 1) Utilize muitos recursos visuais e auditivos. Não tenha medo de indicar e passar em sala de aula alguns filmes ou documentários. Incentive o consumo de materiais do gênero que sejam relevantes em casa. Em algumas aulas trabalhe a música e conecte o conteúdo às informações sonoras. Podcasts também são ótimas ideias para incentivar o aprofundamento em determinados temas. O uso dos famosos “memes” também é excelente opção. Os estudantes vivem imersos no mundo virtual e não podem furtar-se do impacto destas imagens carregadas de humor. Procurar conexões entre material educacional e estas tiradas de humor é uma ótima forma de despertar interesse. A aula fica divertida, o professor demonstra sua humanidade e o aluno se sente inserido e representado.
2) Busque o protagonismo do aluno
Na hora de ensinar, inverta a centralidade comum aos processos educacionais. Invista em inserir o aluno em partes centrais da troca do conhecimento. Isto exigirá repensar (e muito) as estruturas tradicionais da aula e o uso dos materiais didáticos. Por que não imaginar uma aula em que o aluno faz as exposições e estes resultados passam então a ser discutidos, analisados e repensados pelo professor em seu contato com a turma? Criar espaços de interação virtual para o grupo também é algo enriquecedor. Um perfil no instagram com compartilhamentos, debates e questionamentos de coisas que, embora tangenciais, liguem-se aos conteúdos é inovador e corajoso.
3) Invista em processos de gamificação e projetos interdisciplinares
Já existem variadas opções de trabalhar conteúdos em formatos de jogos. Estes games podem ser individuais, cooperativos, competitivos ou de colaboração em prol de resultados. Este recurso produz alto engajamento e uma percepção das possibilidades aplicáveis de conteúdos que, às vezes, parecem distantes e abstratos. Além disto, o semestre pode incluir atividades avaliativas que envolvam o trabalho com diferentes disciplinas e que apresentem resultados físicos e práticos a serem observados por toda a escola. Embora esta não seja uma iniciativa nova, geralmente é eficaz na produtividade, aprendizado e satisfação de alunos, docentes e gestores.
Educar exige disposição à mudança, constante espírito de alerta e árduo trabalho de planejamento. Mas os resultados de atitudes inovadoras por parte do professor podem transformar-se em vidas ricas e relevantes que seus inúmeros estudantes construirão no decorrer do tempo. Pronto para repensar neste novo ano?