Educar para finanças

O índice de endividamento no nosso país é alto. Conforme dados publicados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), publicados pela Agência Brasil, apontam que 66,3% das pessoas estão endividadas. Para além dos fatores relacionados ao momento financeiro delicado do país, no Brasil, infelizmente, não temos uma cultura de educação financeira. Você consegue lembrar em quantas reuniões de professores aulas sobre a temática foram discutidas como possibilidade?  

Enquanto professores, nos tornamos adultos que ganham algum dinheiro e nem sempre sabemos como aproveitá-lo da melhor maneira. Simplesmente porque não fomos ensinados sobre a diferença entre valor e preço, sobre a importância de poupar dinheiro e gastá-lo com sabedoria e planejamento. No geral, enxergamos o dinheiro como um meio de sobrevivência e não como uma ferramenta para realizar sonhos. Daí a nossa dificuldade em investir em planos a longo prazo, por exemplo.

As novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) fazem ver o início de um processo de mudança. Isso porque elas preveem a Educação Financeira como um tema transversal obrigatório a ser abordado em sala de aula. Além disso, o texto ainda afirma que questões de consumo devem ser abordadas em quatro das cinco áreas de conhecimento que constituem o documento. Tais mudanças, se bem observadas, vão possibilitar que o processo que deve começar em casa, ganhe continuidade no ambiente da escola.

Por outro lado, a iniciativa também pode ser positiva porque os temas abordados em sala de aula são, de alguma maneira reproduzidos em casa e, assim sendo, os pais podem se beneficiar daquilo que os filhos aprendem para melhorar a saúde financeira da família. Seguem quatro dicas sobre como você, professor, pode ensinar finanças em sala de aula de maneira interessante. Assim, seus alunos aprenderão que dinheiro pode até não trazer felicidade, mas quando administrado corretamente, evita dores de cabeça e infelicidade.

1. Use e abuse da leitura de materiais que possam fomentar a discussão do tema, sempre respeitando a idade dos alunos com os quais está trabalhando. Nas séries do ensino básico infantil, por exemplo, as histórias podem ser ferramentas riquíssimas para ensinar desde cedo lições relacionadas ao dinheiro.

2. Procure abordar o tema tendo em mente assuntos interessantes aos seus alunos. Para os mais velhos, por exemplo, pode ser interessante falar de educação financeira, visando o que eles sonham para o futuro.

3. Incorpore os princípios da Educação Financeira à disciplina que você leciona: Embora a relação com a matemática seja mais óbvia, a temática pode e deve ser abordada por outras disciplinas. Se você ensina português, por exemplo, por que não apresentar aos alunos textos que discutam questões voltadas ao dinheiro? Em filosofia, que tal propor reflexões sobre nossos hábitos de consumo? E por aí, vai! Seja criativo!

4. Nunca deixe de recomendar a consulta de um material complementar: Para motivar seus alunos a se aprofundar no tema, é sempre bom ter a recomendação de um material complementar. Com a facilidade da internet, tem para todos os gostos: canais do Youtube, podcasts, livros, apostilas. Mantenha-se atualizado e pesquise sempre!

5. Coisas de Valor: Quem é educado financeiramente na infância tem mais chances de ser um adulto economicamente equilibrado. Conheça o nosso material: coisasdevalor.cpb.com.br/

Saber cuidar do dinheiro e planejar o futuro com consciência são ações que podem modificar a vida de um aluno. Sua missão, enquanto professor, é contribuir dentro de seus conteúdos para criar esta mentalidade e interesse. Sucesso!

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