Como ensinar inglês em pouco tempo efetivamente

Apesar de atuarem em áreas muito distintas, professores de língua inglesa e personal trainers têm muito em comum em relação às expectativas de seus alunos. Espera-se que o trabalho de ambos os profissionais produza resultados excepcionais com rapidez e pouco esforço. O grande problema é que não é possível conquistar o corpo de uma estrela de Hollywood, ou falar como uma, sem perseverança e dedicação.

Atualmente, um curso completo de língua inglesa em escolas especializadas no ensino de línguas estrangeiras varia de 3 a 5 anos. Nas escolas de Educação Básica o tempo de aprendizado chega a 12 anos (do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio). Apesar de tanto tempo, raramente os alunos saem da escola fluentes na língua, capazes de ler e interpretar os textos das provas de admissão ao Ensino Superior.

Retomando a comparação do primeiro parágrafo, não existem técnicas revolucionárias ou equipamentos high tech eficazes sem que um aluno esteja disposto a suar, “sofrer” ou “gastar” seu tempo em uma academia. Para nós, professores de língua inglesa, materiais didáticos desenvolvidos pelas melhores universidades inglesas ou anos de curso no exterior não resultarão em uma classe 100% fluente e interessada. Os alunos precisam estar dispostos a se dedicar diariamente ao estudo da língua para que consigam ampliar seu vocabulário, desenvolver sua capacidade de compreensão textual e auditiva, e, ainda, conseguir aplicar com sucesso o que aprenderam em mais de uma década de aulas.

Todavia, nessa área, existem várias ferramentas à disposição, as quais os alunos apreciam: filmes, músicas, seriados, jogos, romances infantojuvenis, revistas, blogs, etc. A única pergunta é: como utilizar essas ferramentas de forma eficiente para o aprendizado? Confira algumas dicas que podem ajudá-lo a ensinar inglês de forma mais rápida e fácil:

CONSCIENTIZE

Conscientize seus alunos a fazer uso de suas atividades cotidianas para aprender inglês. O simples ato de ouvir uma música, ler um livro ou um artigo em língua inglesa os ajudará a memorizar estruturas verbais e a aprender palavras novas que às vezes não aparecem em livros didáticos. Afinal, não é qualquer livro escolar que lhe ensinará a dizer ornitorrinco em inglês (platypus, caso esteja se perguntando).

INCENTIVE

Bom, já que a classe inteira está assistindo àquela série de televisão ou lendo aquele livro do momento, faça com que usem essa nova mania em uma atividade. Solicite que escrevam finais alternativos, recriem cenas por meio de peças; façam um karaokê ou, se você não tiver tempo para isso, use essas referências “jovens” em seus exemplos para explicar aqueles tempos verbais que seus alunos odeiam. Você verá como isso despertará a atenção da turma.

ALIE-SE

Seja um aliado da tecnologia. Embora muitos discordem, as novas tecnologias educacionais foram feitas para tornar a vida dos professores mais fácil. Há dezenas de aplicativos gratuitos e interessantes que podem auxiliar você e seus alunos. Um deles é o Duolingo. Com poucos minutos diários, é possível praticar as quatro habilidades da língua inglesa (listening, speaking, reading e writing) fazendo uso de variadas atividades. Incentive os alunos a atingir o ranking mais alto da classe.

COMPARTILHE

Os millennials (palavra inglesa para designar a geração de jovens nascida após o ano 2000) não vivem sem compartilhar cada evento – por mais irrelevante que seja – de suas vidas. Elabore ou incentive a criação de projetos que utilizem as redes sociais. Ao invés de apresentar trabalhos como um velho e tedioso seminário, permita que seus alunos usem a criatividade para criar blogs, grupos no Facebook, canais no YouTube ou cursos no iTunes U para apresentar e divulgar seus projetos de língua inglesa. Aprenda a gostar e a utilizar as ferramentas que os alunos estão acostumados a usar para se divertir. Se você quer que eles aprendam a língua que você está tentando ensinar, aprenda a se comunicar na linguagem que eles querem ouvir.


Fonte: Revista CPB Educacional – 2º semestre 2014.

Autoria: Thiago Juliani

Veja também:

Guia prático: Educação Maker

A “cultura maker” coloca as pessoas como protagonistas dos processos de criação, desenvolvimento e fabricação. O objetivo central de implementar uma “educação maker” em escolas

Leia mais