Projeto O último trem

1. Justificativa

O projeto “O Último Trem” teve como foco o estudo do Holocausto (Shoá) e foi elaborado no decorrer das aulas da disciplina de aprofundamento em História no Colégio Adventista da Cohab, em São Luís – MA.

A inquietação sobre o tema surgiu a partir do estudo das fichas do material do Itinerário Formativo – aprofundamento em História, bem como das conversas em sala sobre a importância de lembrar e refletir sobre esse acontecimento histórico para que jamais se repita.

O título do projeto foi inspirado no livro “O Último Trem”, de Wellesley Muir, publicado pela Casa Publicadora Brasileira, que narra a história de Siegfried Neuendorff: um jovem alemão que, apesar do contexto em que vivia, escolheu ajudar diversos judeus durante o Holocausto. Seu trabalho humanitário se estendeu não apenas na Alemanha, mas também na América do Sul.

Além disso, o título se conecta diretamente ao Holocausto, uma vez que os trens se tornaram um dos maiores símbolos da deportação e do extermínio dos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. Milhões de pessoas foram transportadas em vagões de carga para guetos, campos de concentração e de extermínio, como Auschwitz, Treblinka e Sobibor.

O conhecimento adquirido nas aulas foi expandido para toda a comunidade escolar, promovendo uma reflexão concreta sobre os impactos e as consequências de um dos episódios mais violentos e cruéis da história e buscou promover uma imersão reflexiva e humanitária sobre o valor da vida, do respeito e do amor ao próximo, independentemente de cor, origem ou credo religioso.

2. Objetivos

2.1 Objetivo geral

Promover por meio do estudo do Holocausto, uma reflexão histórica e humanitária fundamentada no mandamento cristão do amor ao próximo, conscientizando os alunos e a comunidade escolar sobre a importância de valorizar a vida, respeitar as diferenças e evitar que atrocidades semelhantes se repitam na história da humanidade.

2.2 Objetivos específicos

• Expandir o conhecimento adquirido em sala de aula sobre o Holocausto para toda a comunidade escolar, aproximando história e memória coletiva;
• Conscientizar alunos, professores e familiares (através de vídeos nas redes sociais do colégio) acerca das consequências do ódio, da intolerância e da indiferença diante do sofrimento humano;
• Estimular a reflexão crítica sobre a importância do respeito às diferenças culturais, étnicas e religiosas, em diálogo com os princípios cristãos;
• Valorizar o mandamento bíblico do amor ao próximo como caminho de resistência ao preconceito, à violência e à desumanização;
• Proporcionar uma experiência de imersão histórico-cultural que una conhecimento acadêmico, empatia e responsabilidade social.
  
  

3. Público-alvo

Turmas do 3º ano do Ensino Médio.

4. Habilidades contempladas

• EMIFCHS01
• EMIFCHS02
• EMIFCHS04
• EMIFCHS05
• EMIFCHS06
• EMIFCHS07
• EMIFCHS08

5. Metodologia

A metodologia do projeto foi estruturada de forma a unir pesquisa acadêmica, reflexão histórica e vivência prática, proporcionando aos alunos e à comunidade escolar uma experiência de imersão ao tema do Holocausto. Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca do assunto, utilizando tanto o material do Itinerário Formativo, quanto obras de apoio, como o livro O Último Trem, de Wellesley Muir. Esse estudo serviu de base para o aprofundamento teórico e para a preparação das etapas seguintes do projeto.

6. Organização das atividades

Os alunos foram divididos em grupos de trabalho, cada qual responsável por pesquisar, preparar e apresentar uma temática específica do Holocausto. As apresentações foram organizadas em dois espaços distintos da escola: na biblioteca, os cenários abordaram as Leis de Nuremberg, os Guetos e a Noite dos Cristais. Já no laboratório, foram explorados os temas SS, Medicina Nazista, Campos de Concentração e Câmara de Gás.

Para conectar simbolicamente esses dois ambientes, foram contruídos trilhos que ligavam a biblioteca ao laboratório, representando o percurso dos trens que transportaram milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Assim, os convidados vivenciaram a experiência de “embarcar no último trem”, refazendo de forma simbólica um dos trajetos mais marcantes da Shoá.

A ambientação da exposição contou ainda com elementos visuais e performáticos. Uma aluna caracterizada com trajes da época conduziu os visitantes pelos espaços, tornando a imersão mais realista. Os alunos produziram quadros com imagens de vítimas reais do Holocausto e confeccionaram um uniforme semelhante ao utilizado pelos prisioneiros nos campos de concentração, que ficou em exposição.

Durante toda a atividade, um aluno e o seu irmão (que foi o nosso convidado), apresentaram no violino e no violoncelo a música tema do filme “A Lista de Schindler”, reforçando o caráter reflexivo e sensível do evento. No laboratório, em um espaço reservado, foi criada uma representação da câmara de gás, permitindo que os visitantes compreendessem de maneira mais concreta o funcionamento desse cruel mecanismo de extermínio.

O desenvolvimento das atividades aliou conhecimento teórico e experiência sensorial, de modo a transformar o aprendizado em uma vivência marcante, capaz de gerar não apenas informações históricas, mas também sentimentos de empatia, respeito e conscientização sobre a necessidade de lembrar e não repetir os erros do passado.

7. Resultados

A realização do projeto possibilitou não apenas o aprofundamento do conhecimento histórico dos alunos, mas também a construção de uma experiência coletiva que impactou profundamente toda a comunidade escolar.

Durante a exposição, foi observado o engajamento dos alunos em cada etapa do processo, desde as pesquisas bibliográficas até a organização dos espaços temáticos. Os grupos assumiram suas responsabilidades com seriedade e dedicação, demonstrando senso crítico e capacidade de transformar informação em comunicação pedagógica acessível e criativa.

A comunidade escolar composta por professores, funcionários e alunos, receberam o projeto com grande interesse e emoção. Muitos visitantes destacaram que a ambientação, os trilhos que ligavam os espaços, a representação da câmara de gás e a condução feita pela aluna caracterizada, tornaram a experiência mais realista e marcante, possibilitando um mergulho reflexivo no contexto do Holocausto.

O uso da música ao vivo, com a interpretação da trilha de A Lista de Schindler, intensificou os sentimentos de respeito e empatia, criando um ambiente de silêncio e contemplação durante a visitação. A exposição das imagens de vítimas reais e do uniforme confeccionado também provocou forte impacto, gerando momentos de sensibilização e reflexão.

8. Considerações finais

O projeto O Último Trem foi uma experiência de empatia, reflexão sobre a vida, respeito e amor ao próximo. Por meio da exposição e das atividades realizadas, alunos e visitantes puderam compreender a dimensão da intolerância e da violência, reforçando a importância de lembrar o passado para construir um futuro mais justo. Mais do que transmitir conhecimento, o projeto deixou uma marca emocional e ética, mostrando que educar também é formar cidadãos conscientes e sensíveis à dor e à dignidade humana.

9. Referências bibliográficas

MUIR, Wellesley. O último trem: a emocionante história de um sobrevivente de Hitler. 2. ed. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2007.

PRESTES FILHO, Ubirajara Farias. Sistema de ensino interativo: ensino médio: itinerário formativo integrado: ciências humanas: aprofundamento em história: 3º ano – semestre 1: professor. 1. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2023. ISBN 978-85-345-3239-6.

10. Anexos