Antes da pandemia muitos professores e gestores olhavam para o acesso a aparatos tecnológicos por parte dos alunos durante as aulas com suspeita. Quão dispersivo este contato poderia ser? Com a chegada do vírus, o uso de tecnologias digitais na educação se tornou necessidade absoluta. É verdade que os desafios desta mudança foram muitos, mas professores, instituições e alunos ganharam, também, a oportunidade de transformar o método tradicional, agregando a ele todas as potencialidades oferecidas por aparatos tecnológicos.
O legado deixado por esta pandemia é, pode-se dizer, o acercamento a novas possibilidades educacionais mediadas com qualidade pelas tecnologias. Nestes novos tempos, pode ser producente esquecer formatos como carteiras enfileiradas, aulas exclusivamente expositivas, longos períodos em uma mesma atividade. Pela força da necessidade, escolas compreenderam que na tecnologia digital é possível, sim, gerenciar formas mais atrativas e interativas na retenção do conteúdo.
Portanto, professor, nada de retrocesso. Encare com otimismo a possibilidade de mudar para sempre o modus operandi das salas de aula, sem medo de deixar qualidade para trás. A Pirâmide de Aprendizado formulada por William Glasser demonstra que as taxas de aprendizagem através da experimentação e interação autônoma são superiores a 90%. Mesmo com o retorno às salas de aula, é hora de investir, por exemplo, em lousas digitais, computadores e tablets para uso em sala de aula, ambientes virtuais de aprendizagem.
É claro, tudo de forma consciente, com uso saudável e equilibrado destes recursos tecnológicos. Com planejamento e programas de formação voltados aos docentes, muitas escolas poderão, inclusive, manter formas de ensino híbrido. Privilegiando elementos presenciais e online na grade curricular, propiciando autonomia do aluno na estrada do aprendizado.
Apesar dos investimentos necessários para integrar o corpo docente a este novo formato, o ensino híbrido é uma grande oportunidade de salto educacional. Com ele, é possível fomentar, além da autonomia do estudante, a interação entre alunos e professores através de fóruns abertos e horizontais, a criatividade dos alunos, que terão acesso a ferramentas ilimitadas. Além do mais, professores “feras em tecnologias digitais” terão oportunidade de criar aulas e apresentações de grande impacto visual.
E lembre-se: o casamento entre tecnologia e sala de aula não é modismo. Sua utilização fundamentada, o uso inteligente e sistemático, representam movimentos promissores das escolas, gestores e professores na sincronização do ensino com a vida prática. Ninguém vive, hoje em dia, sem a mediação digital. Porque seria diferente na educação? A escola é o lugar onde as pontes entre teorias e rotinas do mundo real devem encontrar espaço de construção. Que esta nova fase que se anuncia nos horizontes da educação seja de positividade e entusiasmo para todos que educam!